terça-feira, 31 de agosto de 2010

De que vale tudo isso

De que vale tudo isso

Caros Colegas.

É triste o que vivenciamos. É muito triste conviver com a insensibilidade dos órgãos que nos assistem. Positivamente estamos abandonados. E, o que é pior, sendo explorados descaradamente exatamente por quem deveria nos proteger. Do Banco é compreensível a atitude. É perfeitamente cabível que atue a serviço do Governo, seu patrão, que pensa que é seu dono. Mas da PREVI esperava-se comportamento mais digno, mais humano e mais coerente com a sua formação. Afinal a Caixa não pertence ao Banco, nem ao Governo. Ela ai está graças ao seu passado, construído com o dinheiro desse bando de “velhotes que choram de barriga cheia”, como mal disse o presidente dos fracos e oprimidos, Sua Excelência o Senhor Luiz Inácio Lula da Silva.

Usando suas palavras, ouso dizer que nunca na história deste país se viu tamanho descaramento ao se tratar de assunto tão sério quanto uma classe e seus idosos. De nada adianta parte da sociedade se pautar em falsos slogans e tronchas informações de que os aposentados e pensionistas que recebem pela PREVI são privilegiados. Privilegiados como, se vivem das migalhas que transbordam dos seus próprios cofres? Desde quando ser roubado deslavadamente é privilégio? De onde tiraram essa idéia de que ser anoso neste país é alguma regalia? Como os fracos podem sobreviver em uma sociedade que somente reconhece direitos se exigidos através da força? Como pode uma categoria garantir seus bens e suas posses se não tem a cultura da violência? Como podem os aposentados e pensionistas se apegar ao que lhes pertence, e que o governo lhes toma, se os que detêm o poder somente conhecem a linguagem da greve, criada por eles mesmos?


Tudo isto é deveras lastimável. Metem a mão na poupança dos dependentes da PREViI sem medos como se, também, não lhes sobrassem culpas. E assim agem porque sabem que a essa categoria não cabe o direito de greve, pois aposentado não tem porque fazer greve. Só se for greve de fome. Mas isto seria o seu fim porque os deixariam morrer à míngua sem atendimento, para livrarem-se dessa carga que aos olhos do Poder é imprestável. Isto porque governos sucessivos já lhes exauriram as forças deixando-lhes os ossos à mostra. E as hienas do poder rejeitam-lhes os ossos porque têm muita carne fresca à disposição para se deleitar, compradas com o dinheiro desses mesmos pobres coitados. Desses velhotes inservíveis eles agora só querem as moedas amealhadas com a paga do trabalho forçado na época dos músculos fortes e da mente explorável. Porque hoje são infindáveis feixes esqueléticos que pesam nos ombros do governo já que reclamam por direitos e se apegam aos tostões que ao Planalto faz falta, por incompetência dos que lá se aboletaram, incapazes de gerar riquezas honestamente. Em apenas oito anos de governo não dá para competir com quem levou 106 para juntar dinheiro - mais precisamente 140 bilhões de reais. Ainda mais que essa dinheirama toda pertence a um bando de velhos em idade terminal que não têm como levar nada no caixão. Afinal, se vai ficar tudo para o governo depois que o último deles se for, lançar mão agora é apenas uma antecipação da fatalidade. E, também, no momento eles não precisam de nada para “aproveitar” os últimos dias de glória: ganham bem e são irresponsáveis; têm à disposição restaurante para comer “PF” a um real; remédios genéricos baratíssimos propícios à eutanásia; vacinas específicas para inocular vírus das mais variadas gripes com a promessa da cura impossível. Portanto é mole, mole apropriar-se da sua poupança e este governo não está inovando nada. Há precedentes. E sacar dinheiro dos Fundos de Pensão é como tirar bala da boca de criança.

Mas isso não é tudo. Até uma porcaria de empréstimo simples esperado por todos não é anunciado, mesmo quando é sabido que tudo já está delineado. Com prazos e limites fixados, os poderosos ficam fazendo politicagem para tirar proveito das honras do anúncio. Parece-lhes que os tomadores formam um bando de velhacos e caloteiros que nunca honraram as prestações vencidas. Mas mesmo que quisessem agir como velhacos e caloteiros não teriam como dar trambique porque a mensalidade é descontada na FOPAG. E as cabeças pensantes que determinam e liberam o mútuo sabem que os devedores já incorporaram ao seu orçamento o fruto do realinhamento anual amparado em normas específicas. Por isso fazer segredo das regras é comportamento sádico. Isto é desumano, deplorável e condenável sob todos os aspectos. Quem assim age não pode e nem deve voltar à posição de mando. Mas disso cuidaremos depois, com chapas imaculadas.


E não me venham falar em código de ética, pois não se enquadra. O conhecimento prévio das novas regras do ES é de vital importância para seus tomadores e a ninguém mais interessa. Então por que fazer segredo dos seus números? Acaso a divulgação vai quebrar a bolsa? Vai diminuir o PIB nacional? Vai provocar uma corrida aos bancos? Vai modificar as tendências das pesquisas eleitorais? Por que calar? Nós só queremos entender!

Por fim, o mais relevante de tudo é que, também, ainda temos um superávit a ser distribuído e com prazo de validade quase vencido. Superávit que ainda não foi aplicado como manda a Lei porque o Banco do Brasil tem planos para ele e faz da Lei o seu pão de cada dia. Juntamente com o superávit se encontra todo o patrimônio da PREVI. E o Poder já decidiu onde empregá-los ao seu bel prazer, mesmo sabendo que não pode mexer em um centavo do que ali está. Mas mexe. Mexe e tira. Mexe e rouba. E continuará tirando e mexendo e roubando se nada for feito.

Infelizmente de nada adianta apelar para as associações que deveriam proteger todo o patrimônio porque elas também se escondem. Parece que existe um medo terrível de peitar os poderosos. Uma covardia encadeada travando vontades, desejos e capacidades como se fossem iniciar uma luta fora da legalidade. E em algumas impera a lei de se dar bem sonegando informações.


É inadmissível que pessoas de duplo trânsito nada tenham o que dizer. Ora, se oficialmente freqüentam duas cúpulas forçosamente sabem das coisas que lá acontecem. Mas guardam para si o que têm obrigação de divulgar aos seus eleitores. E escondem informações preciosas e vitais para estes, que beiram o suicídio levados pelo desespero.

Os Eleitos da Previ participam de reuniões seguidas e delas saem mais ignorantes do que antes dos eventos. Somente divulgam amenidades e fotografias. Muitas fotografias onde estão sempre bem postos, enfatiotados, nem parecendo que a algumas dessas “reuniões proveitosas” foi o acaso que os levou através de um “convite inesperado”, no último instante. Depois ninguém ouviu, ninguém viu e ninguém fala. Tenham dó! É a cômoda e acovardada postura dos três macacos sábios.

Por tudo isto, esgotados os meios diplomáticos, há que se trilhar o caminho da justiça na busca de amparo aos assistidos da PREVI - enquanto é tempo. Alguém tem que tomar uma atitude e inflamar seus pares incitando-os à razão.

Se nem o conjunto das associações nem a Federação que as aglutina se prestam a exercer o papel caberá a alguma delas agir isoladamente, com responsabilidade, e tomar a tocha nas mãos para atear fogo no paiol. Para fazer muito barulho e estragos no reduto dos poderosos. Adentrar a Casa da Lei com força e com vontade. E isso terá que ser feito logo, pois não dá mais para esperar. A morte não dá prazos.


Mas haverá uma Associação com peito para tal feito?

Quem sabe?


Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR) – 29/08/2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário